Um teatro.
Cubo negro.
Cenário vazio.
Noite.
Praia.
Um velho banco iluminado por um raio de luz. Junto ao banco,
um mastro com uma bandeira amarela.
Ruido do mar.
Canto de gaivotas.
Eugénio Griffero (1936- 2017), escritor argentino, Premio Molière “Príncipe Azul”
Ignacio Goitia e Eduardo Sourrouille, são a personificação da entoação de um soneto visual.
A plasticidade da obra apresentada em ‘PRINCIPE AZUL’, retrata a amizade cariciosa e a trajetória compartilhada de dois artistas, que embora provenientes de diferentes disciplinas, completam uma narrativa fluente de um diálogo a dois, com a referência a momentos, cenários e memórias pictóricas diversas e que inevitavelmente posicionam os tímidos espectadores, perante um palco.
Se a exposição fosse um soneto petrarquiano, a estrofe que nos acolhe à entrada seria um quarteto de vitalidade e de majestoso espírito, enquanto na outra sala da exposição, um terceto evoca a sátira e a elegia através de uma irreverência de beleza e tolerância. Ignacio e Eduardo, transportam para Lisboa, três décadas vividas na orla euskadi como uma interpretação de um romantismo que, de forma subliminar, nos exibe um banquete de conforto emocional e de ordem artística.