Virtude.
Fundo.
Palavra.
Este é o diálogo de Teresa Murta, que em forma de palestra de representações pictóricas e imagens que ultrapassam a realidade, nos caricia a sensibilidade.
Murta, com a sua pintura confunde-nos através de emoções impulsionadas por representações disformes, de formas incongruentes e inquietantes, mas de vigorosa identidade quotidiana. Sem modificar ou deturpar a realidade, também não a interpreta, e nem mesmo é a expressão ou extensão de si própria.
A sua obra é a vivacidade de uma não-realidade, de um universo do que não é, nem está, e que desenvolve através da liberdade do seu traço directamente na tela, sem esboço ou roteiro preconcebido, numa sinfonia sensorial emprenhada pelo surrealismo onde o sonho predomina. Uma pintura metafísica que nos conduz num ambiente misterioso onírico, e de enorme simbologia.
Estar perante a obra de Teresa Murta, é um mergulho num mundo onde a realidade das coisas simples e puras, é contaminada pelo pensamento que vive nos nossos olhos.
O trabalho exposto em ABSURDO, talvez seja a transição mais eloquente da carreira de Teresa Murta. Por absurdo talvez seja, porque é o mais emotivo, e o mais comovedor - Quando começamos a abrir os olhos para o visível, há muito que já estávamos pegados ao invisível – assim diria o poeta D’Annunzio.